Toda a confusão começou quando aceitei cobrir o Festival de Parintins como freela para uma revista de turismo em junho de 2024. Natural de Curitiba, jornalista cultural há oito anos e completamente inexperiente com as peculiaridades da região Norte, eu mal sabia onde ficava Parintins no mapa. Uma rápida pesquisa me revelou que se tratava de uma ilha no meio do Rio Amazonas, na divisa entre Amazonas e Pará, e que o festival era uma espécie de “carnaval amazônico” onde duas agremiações – Boi Garantido (vermelho) e Boi Caprichoso (azul) – competiam em apresentações folclóricas espetaculares.
A proposta parecia simples: passar cinco dias na ilha, vivenciar o festival, e produzir uma matéria de 6 páginas com fotos. O cachê era atraente – R$3.800 mais as despesas de hospedagem e transporte. Mal sabia eu que essa aparente oportunidade profissional se transformaria em uma das experiências mais caóticas e, paradoxalmente, mais reveladoras da minha carreira.
Minha chegada a Parintins, após um voo até Manaus e uma exaustiva viagem de barco de 18 horas pelo Rio Amazonas, coincidiu com o que os locais chamavam de “começo do fervor”. A cidade, que normalmente tem cerca de 115 mil habitantes, incha para quase o dobro durante o festival. As ruas estavam literalmente divididas pelas cores das agremiações – de um lado vermelho, de outro azul – e essa divisão não era apenas estética. Regina, a recepcionista do hotel onde fiquei, me advertiu logo na chegada: “Escolha um lado, mocinha. Aqui ninguém fica em cima do muro”.
O primeiro grande problema surgiu logo após o check-in. O sinal de internet no quarto era praticamente inexistente, e meu pacote de dados da operadora mostrava aquelas temidas letras “E” e “G” no lugar do 4G. Como enviaria meu material para a redação em São Paulo? Como manteria contato com meu editor que, conhecendo-o bem, provavelmente mandaria mensagens a cada duas horas pedindo atualizações?
No desespero, desci até a recepção para tentar usar o Wi-Fi do lobby. Foi quando encontrei Tadeu, um fotógrafo paulistano de aproximadamente 40 anos que também estava na cidade para cobrir o festival, mas para um jornal de grande circulação. Alto, careca e com um sotaque paulistano carregado, Tadeu parecia igualmente frustrado com a conexão.
“Também tentando resolver a vida online?”, perguntei, enquanto ele encarava o celular com óbvia irritação.
“Pior que nem é trabalho. Estava tentando jogar uma partidinha no BetApp para passar o tempo até o começo do ensaio aberto do Boi Garantido”, respondeu ele, mostrando a tela do celular onde um colorido aplicativo de apostas tentava, sem sucesso, carregar.
Expliquei minha situação profissional mais urgente, e Tadeu imediatamente ofereceu uma solução. “Tenho um roteador portátil com um chip local que comprei em Manaus antes de pegar o barco. A internet não é das melhores, mas funciona para o básico. Pode usar se quiser”.
Aquele gesto de solidariedade entre dois desconhecidos foi a primeira demonstração do espírito de camaradagem que eu encontraria repetidamente durante o festival. Enquanto finalmente conseguia acessar meus e-mails usando o roteador de Tadeu, observava por cima do ombro ele navegando pelo tal BetApp.
“Você gosta de apostas?”, perguntei casualmente, mais por educação do que por interesse genuíno.
“Na verdade, comecei há pouco tempo. Viajo muito a trabalho, e às vezes as noites em hotéis são solitárias. Descobri o BetApp durante uma cobertura no Pantanal mês passado, e virou meu passatempo quando estou na estrada”, explicou ele. “É bem tranquilo de usar, e você pode apostar valores pequenos, só pela diversão.”
Por curiosidade, pedi que me mostrasse como funcionava. O BetApp tinha uma interface surpreendentemente intuitiva, com uma variedade de jogos que iam desde caça-níqueis temáticos até simulações de roleta e blackjack. O que mais me chamou a atenção foi a possibilidade de fazer apostas com valores tão baixos quanto R$2, o que tornava a experiência mais acessível para alguém como eu, que nunca teve muito interesse em jogos de azar.
“Esse aqui é meu favorito”, disse Tadeu, abrindo um jogo chamado Aviator, onde um avião decolava e o multiplicador aumentava até que se decidisse “sacar” ou o avião “explodisse”. “É viciante. Meu recorde foi um multiplicador de 18x em uma aposta de R$5.”
Nos dias seguintes, mergulhei na cobertura do festival. A competição entre o Boi Garantido e o Boi Caprichoso era muito mais intensa do que eu poderia imaginar. Não se tratava apenas de um espetáculo, mas de uma paixão que dividia famílias, definia amizades e determinava até em quais estabelecimentos as pessoas comiam e bebiam.
Durante o dia, entrevistei artesãos que criavam adereços, músicos que compunham toadas (as músicas típicas do festival), e pessoas que dedicavam o ano inteiro a preparar a apresentação de três noites. À noite, assistia aos ensaios e, posteriormente, aos espetáculos no Bumbódromo, a arena onde aconteciam as apresentações principais.
O problema era que, como repórter, eu precisava manter neutralidade. Não podia escolher um lado, o que tornava minha vida social na ilha praticamente inexistente. Se entrava em um bar frequentado pelos fãs do Garantido, era vista com desconfiança quando tentava entrevistar alguém do Caprichoso no dia seguinte.
Foi nesse contexto de isolamento profissional que, curiosamente, o BetApp que Tadeu havia me apresentado começou a ganhar espaço na minha rotina. Após as exaustivas jornadas de trabalho, voltava para o quarto do hotel e, enquanto organizava minhas anotações e selecionava fotos, abria o aplicativo para algumas rodadas rápidas, geralmente no Aviator ou no Fortune Tiger, um jogo de caça-níqueis com temática asiática.
Criei uma conta e fiz um depósito inicial de R$50 via PIX, estabelecendo para mim mesma a regra de não gastar mais que isso durante toda a viagem. Era apenas um entretenimento, uma forma de descomprimir depois de dias intensos navegando pelas complexidades sociais e políticas que eu descobria existirem por trás da aparente festividade.
Na terceira noite do festival, uma tempestade amazônica mostrou sua força. Estava voltando de uma entrevista com Dona Marcela, uma costureira de 68 anos que trabalhava há mais de quatro décadas criando fantasias para o Boi Caprichoso, quando o céu desabou. Em questão de segundos, estava encharcada, e minha bolsa – que continha meu gravador, caderno de anotações e, mais importante, o cartão de memória com as fotos do dia – foi parcialmente atingida pela água.
Cheguei ao hotel em estado de pânico. O gravador parecia ok, mas o caderno estava com várias páginas manchadas, tornando algumas anotações ilegíveis. Pior: o cartão de memória não estava sendo reconhecido pela câmera nem pelo notebook. Três horas de entrevistas visuais aparentemente perdidas.
Após várias tentativas frustradas de recuperar os arquivos e uma conversa tensa com meu editor em São Paulo (graças ao roteador de Tadeu, que havia se tornado meu anjo da guarda tecnológico), aceitei que precisaria refazer parte do trabalho no dia seguinte. Naquela noite, derrotada e com uma enxaqueca se formando, decidi que merecia uma distração.
Abri o BetApp e, quase como uma forma de desafiar meu azar recente, optei pelo Fortune Tiger, aumentando minha aposta usual de R$2 para R$5. Depois de algumas rodadas sem grandes emoções, algo incrível aconteceu: ativei um recurso bônus chamado “Tiger’s Claws” que multiplicou minha aposta várias vezes, resultando em um ganho de R$127,50.
A pequena vitória foi surpreendentemente revigorante. Não pelo valor em si, mas pela sensação de que, talvez, minha sorte estivesse mudando. Tirei um screenshot e enviei para Tadeu, com quem havia trocado contatos, com a mensagem: “Parece que nem tudo está perdido hoje!”
Ele respondeu quase imediatamente: “A sorte do tigre! Você está entrando no espírito de Parintins – quando você acha que tudo deu errado, algo surpreendente acontece. Amanhã vamos tentar recuperar suas fotos. Conheço um técnico aqui que faz milagres com cartões de memória danificados.”
Na manhã seguinte, Tadeu me apresentou a Jamil, um rapaz de aproximadamente 25 anos que tinha uma pequena loja de assistência técnica perto do porto. Filho de pai libanês e mãe amazonense, Jamil combinava um surpreendente conhecimento técnico com uma abordagem quase mística dos problemas eletrônicos.
“Cartão molhado? Sem problemas. Deixa que o Jamil resolve”, disse ele, pegando o cartão de memória com uma confiança que me pareceu excessivamente otimista.
Enquanto esperávamos, Tadeu sugeriu que tomássemos um café em uma pequena lanchonete vizinha. Foi lá que ele me revelou que fazia parte de um grupo de WhatsApp chamado “Apostadores da Floresta”, composto por fotógrafos, jornalistas e produtores culturais que trabalhavam na região amazônica e compartilhavam dicas e resultados de suas apostas no BetApp.
“Começou como uma brincadeira durante a cobertura de um encontro indígena no Alto Solimões ano passado. Estávamos eu, dois fotojornalistas do Estadão e uma produtora da Rede Amazônica presos por causa de uma cheia do rio. Sem muito o que fazer à noite, depois do trabalho, descobrimos que todos jogávamos no BetApp para passar o tempo”, explicou ele.
A ideia de profissionais de comunicação formando um grupo dedicado a apostas online enquanto cobriam eventos na Amazônia me pareceu tão inusitada que imediatamente pediu para ser adicionada. Em questão de minutos, estava recebendo mensagens de boas-vindas de pessoas de todo o Norte do país, muitas das quais estavam também em Parintins para a cobertura do festival.
“Bem-vinda ao grupo mais eclético da Amazônia”, escreveu uma tal de Patrícia, que se identificou como documentarista de Belém. “Aprendeu rápido que o BetApp é o melhor companheiro para as noites de hotel durante trabalho de campo!”
Quando voltamos à loja de Jamil, uma hora depois, ele nos recebeu com um sorriso vitorioso. “Recuperei 90% dos arquivos. Alguns ficaram corrompidos, mas a maioria está intacta”. O alívio que senti foi indescritível. Ofereci pagar pelo serviço, mas Jamil recusou: “Você teve a sorte do tigre ontem, não é? Tadeu me contou. Aqui na Amazônia respeitamos os sinais de sorte. Não se cobra de quem teve a benção do tigre.”
Aquela mistura de superstição local com referência ao jogo do BetApp me deixou intrigada. “Você também joga?”, perguntei a Jamil.
“Claro! Todo mundo aqui joga um pouquinho. Quando não estamos consertando aparelhos molhados de jornalistas distraídos”, brincou ele, mostrando em seu celular que também tinha o aplicativo instalado.
Na penúltima noite do festival, após a apresentação do Boi Garantido (que havia sido espetacular, com um boi mecânico de 12 metros que soltava fumaça pelas narinas), encontrei com vários membros do grupo “Apostadores da Floresta” em um bar próximo ao Bumbódromo. Eram oito profissionais de diferentes veículos, todos exaustos após dias de cobertura intensa, mas ainda animados com a energia do festival.
Foi quando Carlos, um fotógrafo veterano da Folha de São Paulo, propôs algo inusitado: “E se fizermos uma aposta coletiva? Cada um coloca R$10 no mesmo jogo, ao mesmo tempo, como uma espécie de ritual de encerramento do festival?”
A ideia foi recebida com entusiasmo pelo grupo. Escolhemos o Fortune Tiger como nosso jogo coletivo – parcialmente em homenagem à minha sorte anterior, e parcialmente porque, como explicou Patrícia, “o tigre é um símbolo de força, assim como os bois do festival”.
Às 23h47, oito jornalistas e fotógrafos sentados em um bar em Parintins, cada um com seu celular, fizeram simultaneamente uma aposta de R$10 no mesmo jogo. O resultado foi surpreendente: seis dos oito tiveram algum tipo de ganho, com valores que variavam de R$12 a R$48. Minha aposta rendeu R$22 – nada extraordinário, mas o suficiente para pagar a rodada de cervejas.
“É oficial”, declarou Tadeu, erguendo sua garrafa em um brinde. “A Laís é nossa amuleto da sorte!”
Aquele momento de camaradagem entre profissionais que normalmente competiriam por pautas e furos jornalísticos foi especial. Percebi que havia encontrado não apenas uma fonte de entretenimento no BetApp, mas uma maneira inesperada de me conectar com colegas em um ambiente onde eu, como forasteira neutra em uma cidade dividida, teria dificuldade em formar laços.
Minha matéria sobre o Festival de Parintins foi publicada duas semanas depois, ocupando oito páginas da revista – duas a mais do que o planejado inicialmente. Meu editor considerou o material tão rico em detalhes e observações culturais que decidiu expandir o espaço. As fotos recuperadas por Jamil (e algumas adicionais que Tadeu generosamente compartilhou comigo) ilustravam perfeitamente a grandiosidade do evento.
De volta a Curitiba, mantive o hábito de jogar ocasionalmente no BetApp, geralmente nas noites de sexta-feira, como uma forma de relaxar após a semana de trabalho. Estabeleci regras claras para mim mesma: nunca mais que R$100 por mês, sempre encarando como entretenimento, nunca como fonte de renda.
O grupo “Apostadores da Floresta” continuou surpreendentemente ativo. Mesmo com os membros espalhados por diferentes partes do Brasil, cobrindo eventos distintos, mantínhamos contato regular. Compartilhávamos não apenas screenshots de vitórias e derrotas no BetApp, mas também dicas de pautas, contatos de fontes, e até oportunidades de trabalho.
Três meses após Parintins, tive uma noite particularmente boa no Fortune Tiger, conseguindo um ganho expressivo de R$215 a partir de uma aposta de apenas R$5. Imediatamente compartilhei o resultado no grupo, recebendo uma série de mensagens animadas.
“A sorte do tigre continua forte!”, respondeu Jamil, que havia se tornado um amigo à distância.
A resposta de Tadeu, porém, foi a que mais me tocou: “Você sabe o que isso significa, né? É sinal de que você precisa voltar para a Amazônia. Que tal cobrir o Festival do Boi Bumbá de Maués em dezembro? Posso te passar o contato do meu editor.”
E foi assim que uma semana depois, eu estava negociando outra pauta no Norte do país. A oportunidade profissional veio através de conexões feitas durante um momento de lazer em um aplicativo de apostas – uma combinação que jamais teria imaginado ser possível antes daquela viagem caótica a Parintins.
Na última vez que abri o BetApp, na noite anterior a escrever este relato, notei algo curioso: o aplicativo havia lançado um novo jogo chamado “Festival das Lendas”, com elementos visualmente inspirados no folclore amazônico, incluindo um boi estilizado que lembrava os de Parintins. Fiz uma pequena aposta de R$3 e consegui um retorno modesto de R$7,50.
Mandei um screenshot para o grupo com a legenda: “Parece que Parintins agora está oficialmente no mundo dos jogos online!”
Carlos, o veterano fotógrafo que havia proposto a aposta coletiva naquela noite no bar, respondeu com algo que resume perfeitamente o que o BetApp se tornou para nós: “Não é apenas um aplicativo de apostas, é um álbum de memórias de nossas aventuras pela Amazônia.”
E ele tem razão. Cada vez que abro o BetApp, especialmente o Fortune Tiger, não estou apenas tentando a sorte em um jogo online – estou revivendo aqueles dias intensos em Parintins, a tensão da cobertura jornalística, o drama do cartão de memória danificado, e principalmente, as conexões humanas inesperadas que surgiram durante uma das experiências profissionais mais desafiadoras e gratificantes da minha carreira.