Meu nome é Carolina Santos. Tenho 36 anos, duas plantas que sobrevivem por milagre, um gato chamado Dostoiévski (sim, nomeei meu gato após um escritor russo porque achei que me faria parecer intelectual nas reuniões de família) e até janeiro deste ano, uma rotina tão previsível que meus vizinhos ajustavam seus relógios pelo barulho dos meus sapatos de salto no corredor às 7h15 da manhã. Trabalho como contadora-chefe em um escritório no centro de Porto Alegre há 9 anos, onde minha maior emoção era encontrar um erro de R$0,02 nas planilhas que ninguém mais conseguia localizar. Meu único vício era café – três xícaras diárias, sempre no mesmo horário – até descobrir a ivi bet.
Era uma terça-feira particularmente horrível de março. O tipo de dia que parece ter sido desenhado para testar sua paciência. Primeiro, acordei atrasada porque Dostoiévski decidiu que 4h37 da manhã era o horário perfeito para derrubar o porta-retratos da minha falecida avó. Depois, quebrei minha xícara favorita – aquela com a frase “Contadores fazem com mais precisão” que ganhei no amigo secreto de 2019. E como se não bastasse, começou a chover torrencialmente exatamente no momento em que eu saía do metrô, a três quadras do escritório.
Encharcada e irritada, entrei no primeiro café que encontrei – um lugar hipster que nunca tinha notado antes, onde um barista com mais tatuagens que espaço livre na pele me serviu algo que chamou de “café especial jamaicano tostado a mão”. Enquanto secava minha pasta (que continha as declarações fiscais de nosso cliente mais importante), notei uma mulher na mesa ao lado. Diferente de todos nós, almas desesperadas fugindo da chuva, ela parecia completamente alheia ao caos, sorrindo para a tela do celular como se estivesse vendo fotos de filhotes de cachorro.
“Desculpe, mas você parece absurdamente feliz para alguém preso numa cafeteria durante um dilúvio”, comentei, incapaz de conter minha curiosidade (e mau humor).
Ela levantou os olhos da tela – olhos azuis intensos que contrastavam com seu cabelo ruivo – e sorriu. “Acabo de ganhar R$2.780 enquanto esperava meu cappuccino”, respondeu, virando o celular para me mostrar a tela colorida da ivi bet. “O que é uma chuva comparada a isso?”
Normalmente, eu teria descartado aquilo imediatamente. Sou contadora. Minha vida é calcular riscos, não tomá-los. Jogo de azar para mim era sinônimo de imposto de renda mal declarado e problemas futuros. Mas algo naquele dia – talvez a xícara quebrada, talvez o relatório financeiro que eu teria que refazer porque o estagiário confundiu crédito com débito pela terceira vez na semana – me fez pedir: “Posso dar uma olhada nisso?”
Mariana (descobri seu nome enquanto me mostrava o aplicativo) era gerente de marketing de uma empresa de cosméticos e jogava na ivi bet há pouco mais de um ano. “Comecei com R$100 que sobraram da minha mesada – sim, tenho 34 anos e ainda recebo mesada dos meus pais, não me julgue. Em um ano, já tirei mais de R$25 mil em ganhos”.
Como toda boa contadora, meu primeiro instinto foi calcular as probabilidades. “Isso é estatisticamente improvável”, murmurei, enquanto olhava para os gráficos coloridos do aplicativo. Mariana riu. “Probabilidade é para quem não tem sorte. Ou para quem não tem sistema”.
Ela me explicou que havia desenvolvido uma abordagem para os jogos da ivi bet – não uma “estratégia garantida de ganhos” daquelas que você encontra em anúncios duvidosos, mas um método pessoal de gestão de banca e escolha de jogos que funcionava para ela. “É como um fundo de investimentos, mas com muito mais adrenalina e resultado mais rápido que aquelas aplicações conservadoras que vocês contadores adoram recomendar”.
Ofendida e intrigada em partes iguais (e ainda incapaz de ir para o escritório devido à chuva que só piorava), criei uma conta na ivi bet ali mesmo. Depositei R$150 – o dinheiro que havia separado para comprar aquela luminária de mesa que vinha adiando há meses – e comecei minha jornada com a orientação de Mariana.
Três horas depois, cheguei ao escritório (sim, TRÊS HORAS depois – a primeira vez em nove anos que me atrasei para o trabalho) com as roupas ainda úmidas, o cabelo desgrenhado, e R$437 mais rica. Meu chefe, Seu Augusto, de 63 anos e com a flexibilidade emocional de uma régua de aço, nem notou meu atraso – estava ocupado demais tentando resolver o problema que o estagiário havia criado nas planilhas. Problema que, ironicamente, eu poderia ter evitado se tivesse chegado no horário.
Depois daquele primeiro encontro chuvoso com a ivi bet, desenvolvi o que minha terapeuta (que contratei com parte dos ganhos) chama de “relação simbiótica saudável” com a plataforma. Em sete meses, transformei minha vida financeira e emocional enquanto catalogava minuciosamente cada detalhe do site – um reflexo do meu TOC funcional que finalmente encontrou um propósito além de reorganizar as canetas da minha mesa por cor, tamanho e quantidade de tinta restante:
Como toda boa contadora que se preze, criei uma planilha para acompanhar meus ganhos e perdas na ivi bet. Inicialmente, era apenas um arquivo Excel básico com três colunas: data, valor apostado e resultado. Seis meses depois, evoluiu para um monstro de análise de dados com 17 abas, incluindo análise de volatilidade por jogo, horários com melhores retornos e até um gráfico de humor versus resultado (descobri que jogo significativamente melhor às terças-feiras, quando Seu Augusto tem reunião externa e não está respirando no meu pescoço).
Em setembro, aconteceu o que chamo em minha planilha de “Evento Milagroso #3”: jogando Sweet Bonanza, um caça-níquel colorido com tema de doces que inicialmente julguei “infantil demais para levar a sério”, acertei uma combinação que me rendeu um multiplicador de 100x. Resultado: R$12.400 em uma única rodada com aposta de R$124.
Fiquei tão chocada que derrubei café no teclado do meu laptop – um MacBook Air que havia comprado com os ganhos do “Evento Milagroso #1” (R$3.700 no Aviator) e “Evento Milagroso #2” (R$5.200 no Fortune Tiger). O pânico de potencialmente perder meu precioso aparelho me fez gritar tão alto que minha vizinha do 302, Dona Célia, veio bater na porta para verificar se eu estava sendo assaltada.
“Estou bem, Dona Célia! Só vi uma… uma barata enorme!” menti, enquanto secava freneticamente o teclado. Não estava pronta para explicar a uma senhora de 78 anos que acabara de ganhar mais dinheiro em 15 segundos do que costumava ganhar em um mês inteiro de trabalho contabilizando despesas alheias.
Ao longo de sete meses, meus ganhos líquidos na ivi bet atingiram R$63.742,18 (sim, o “.18” é importante – nunca confie em um contador que arredonda valores). Esse montante estava meticulosamente documentado em minha planilha, dividido por categorias, datas e até mesmo pelo humor que eu estava quando joguei (descobri que tendo a ganhar mais quando estou levemente irritada com meu chefe – uma informação que usei estrategicamente nas semanas seguintes).
Na ivi bet, cada jogo se tornou um reflexo peculiar de algum aspecto da minha personalidade – algo que mencionei à minha terapeuta, que achou “fascinante” (um termo que ela usa quando não sabe se deve se preocupar comigo ou não):
Como contadora que passou a vida calculando riscos para os outros, criei uma abordagem sistemática para jogar na ivi bet que gostaria de compartilhar (não que eu seja especialista, mas hey, R$63.742,18 em sete meses me dá alguma credibilidade, certo?):
A parte mais interessante desta jornada tem sido o contraste entre minhas duas vidas. Durante o dia, sou Carolina Santos, contadora-chefe, a mulher que todos consultam sobre deduções fiscais e que mantém uma linha perfeitamente reta no gráfico de produtividade trimestral. À noite (e nos fins de semana, e nas pausas para o café, e basicamente qualquer momento livre), sou “Lady Fortuna” – meu nome de usuário na ivi bet – uma jogadora audaciosa que já foi mencionada três vezes no chat VIP como exemplo de “estratégia disciplinada”.
Ninguém no escritório suspeita. Nem mesmo Juliana, a recepcionista que sabe de todos os segredos corporativos porque, de alguma forma, consegue ouvir conversas através de paredes que acreditávamos serem à prova de som. Em abril, quando apareci com um MacBook Air novo, disse que era herança de uma tia distante. Em junho, quando troquei meu Celta 2010 por um Honda Civic 2022, mencionei vagamente um “investimento que deu certo”. Pequenas mentiras que protegem meu segredo e a sanidade de Seu Augusto, que provavelmente teria um aneurisma se soubesse que ganho mais jogando dois fins de semana na ivi bet do que ele consegue me pagar em um mês.
A dualidade é quase viciante. Adoro a sensação de ter um segredo, algo totalmente meu que desafia todas as expectativas que os outros têm sobre mim. Carolina, a sensata, a previsível, a metódica, secretamente é uma especialista em jogos de azar que já ganhou mais dinheiro apostando do que jamais imaginei ser possível sem um diploma em medicina ou um apartamento herdado no Leblon.
Como alguém que passa o dia inteiro protegendo informações fiscais de clientes, segurança é minha prioridade. A ivi bet usa criptografia SSL de 128 bits (sim, verifiquei isso) e tem políticas de privacidade mais rígidas que a maioria dos bancos com os quais trabalho. Testei exaustivamente: fiz 17 saques diferentes para verificar a consistência dos processos de segurança e tempo de processamento. A conclusão? Mais confiável que o aplicativo do meu banco, que trava misteriosamente sempre no dia 5, quando os boletos vencem.
Tia Marta (caso esteja lendo isso), eu não jogo dinheiro fora – aplico matemática, psicologia e paciência em um sistema de entretenimento que ocasionalmente me recompensa financeiramente. Isso é diferente de quando você comprou 12 cremes anti-idade da TV que prometiam “resultados em 24 horas” e agora estão coletando poeira no seu armário de remédios. Além disso, doo 5% dos meus ganhos para o abrigo de animais local, onde adotei Dostoiévski. Isso é 5% mais do que você doou para qualquer causa nos últimos cinco anos, querida tia.
Não, Paulo, isso não é vício. Vício é quando você não consegue parar mesmo querendo. Eu consigo parar quando quero – apenas escolho não fazê-lo porque estou ganhando mais na ivi bet do que nos investimentos que você me recomendou enquanto namorávamos (aquela startup de “smoothies sustentáveis” faliu em três meses, lembra?). Jogo com orçamento específico, mantenho registros meticulosos e nunca comprometi minhas finanças pessoais. Isso é entretenimento estratégico, não diferente de quando você gastou R$7.000 naquela bicicleta profissional apenas para abandoná-la após duas semanas porque “descobriu que não gostava de suar”.
Não existe fórmula mágica, mas existem práticas inteligentes. Observei padrões, testei teorias em pequena escala antes de aumentar apostas, e mantive disciplina emocional absoluta (exceto aquela vez após o vinho). O verdadeiro segredo? Tratei isso como trabalho: estudei cada jogo como estudo leis tributárias – com atenção meticulosa aos detalhes e sem pressa para chegar a conclusões. Também ajuda ter uma personalidade naturalmente avessa a riscos que me impede de apostar valores absurdos mesmo quando estou ganhando.
Curiosamente, não. Meu trabalho como contadora, por mais monótono que seja às vezes, me dá a estrutura e estabilidade que equilibram perfeitamente a adrenalina da ivi bet. Além disso, há algo deliciosamente subversivo em ser a pessoa mais conservadora do escritório durante o dia e uma jogadora de sucesso à noite.